As vezes tento te encontrar,
Em retratos maltratados pelo tempo.
Em palavras trazidas pelo vento.
Em papéis que interpretaram sentimentos.
Nossas rimas viajavam nas estrelas,
E no seu olhar eu desenhava todo o céu.
São lembranças amassadas numa folha,
São momentos traduzidos num papel.
E eu te vejo na parede do meu quarto,
Esperando a hora que eu vou me deitar.
E eu adormeço interpretando seus olhares,
E nos sonhos o medo de não mais acordar.
E eu me perco me jogando nos seus braços,
Braços que nunca serão capazes de me envolver.
E eu me pego imaginando momentos,
Momentos que nunca vão acontecer.
Eu te vejo perfeitamente,
No vazio que há dentro de mim.
E repasso meu sonho em poemas,
E te encaixo no começo, no meio e no fim.
Cansei de te fazer promessas que não devia prometer,
E de acreditar em promessas suas que não deveria acreditar.
Cansei de fechar meus olhos tentando te ver,
E então perfeitamente começar a te desenhar.
Cansei de fechar os meus ouvidos para tentar te ouvir,
E em silêncio dizer o que eu queria te falar.
Cansei de abraçar retratos tentando te sentir,
E de me convencer todo dia que isso vai passar.
Pois nosso amor é tão eterno como o sol,
E nossa paixão é infinita com o mar.
By: Taty Smiderle